Geradores de energia vão propor mudanças no cálculo do PLD
Apine inicia estudo para aprimorar metodologia e tornar preços mais próximos da operação do sistema
15/03/2012

A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) deu início a um trabalho para propor mudanças no cálculo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que é utilizado no mercado de curto prazo de energia e serve como referência no ambiente de contratação livre (ACL).

"Estamos em uma fase ainda incipiente, mas nossa ideia é que tenhamos um preço de curto prazo que reflita a operação do sistema. Estamos fazendo um trabalho técnico e pretendemos levar uma proposta para o governo", adianta o presidente da Apine, Luiz Fernando Vianna. O executivo, inclusive, tem reunião nesta quinta-feira (15/3) para apresentar os planos ao secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.

O trabalho será conduzido ao longo desse ano e, de acordo com Vianna, pode contar com a contratação de uma consultoria para auxiliar nos estudos. Ele explica, porém, que não será pedida nenhuma mudança "radical" e nem criar um novo modelo.

"Achamos que não é o momento ainda de você partir para um processo mais heterodoxo de formação de preços, de formação pelo mercado. O timing não é esse, nosso trabalho olha mais o curto prazo. Mas achamos que ao longo dos anos novos fatos foram incorporados ao sistema. A ideia é atualizar e fazer com que o modelo reflita a operação do sistema e as questões subsequentes, como os procedimentos operacionais", explica Vianna.

Nesse sentido, além da primeira reunião com Zimmermann, a Apine buscará contato com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Sobre o PLD, Vianna também lembra que a Apine defende que não seja feita a recontabilizaçao do indicador. Atualmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discute se essa republicação pode ser feita e em que ocasiões.

"Isso está ligado a uma questão de segurança regulatória. A mudança no PLD não vai fazer você voltar no tempo e operar o sistema de forma diferente. Outro ponto é que muitas operações no mercado livre foram baseadas no PLD. Como fica isso?", questiona o executivo.