Três hidrelétricas devem entrar no leilão de energia A-5
As hidrelétricas Cachoeira Caldeirão, Ribeiro Gonçalves e Sinop devem participar do leilão previsto para outubro 03/07/2012 As hidrelétricas Cachoeira Caldeirão, Ribeiro Gonçalves e Sinop devem participar do leilão de energia nova A-5 previsto para outubro, afirmou nesta terça-feira o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Das três usinas, Sinop -de 400 megawatts (MW) de capacidade instalada- ainda aguarda a emissão da licença prévia, um vez que já foram realizadas as audiências públicas obrigatórias no processo de licenciamento. Ribeiro Gonçalves (113 MW) e Cachoeira Caldeirão (219 MW) já têm a participação garantida no leilão programado para 25 de outubro, segundo Tolmasquim. Uma quarta usina, São Manoel, de 700 MW, tem a participação no certame considerada como mais difícil, afirmou Tolmasquim. "São Manoel está mais complicada porque depende de marcar audiências públicas e elas estão dependendo dos índios, da demarcação das terras deles. O Exército estava acabando de fazer a demarcação e o Ministério Público mandou parar a demarcação", explicou o presidente da EPE a jornalistas. O leilão A-5 contratará energia para entrega a partir de 2017. Tolmasquim ressaltou ainda que há possibilidade de entrada de energia de outras fontes, como eólicas e biomassa, para completar a oferta que comporia o certame, além de usinas a gás. O presidente da EPE disse não ser impossível a criação de um mecanismo para selecionar as térmicas que teriam fornecimento de gás garantido pelas fornecedoras do insumo, mas que a questão implicaria em criar mais complexidade ao leilão de energia. A Petrobras tem afirmado que o problema do gás natural para leilões está no fato de que a EPE exige de todas as térmicas a garantia de fornecimento do insumo e que o ideal seria que apenas o empreendimento vencedor do leilão A-5 tivesse que apresentar a garantia. "Esse problema estaria resolvido se a Petrobras fizesse a seleção de quem vai estar no leilão... Se tem 30 térmicas, por exemplo, mas a Petrobras só tem gás para duas, só ela deve dizer (para quem vai fornecer)", disse Tolmasquim. Classificando como um "leilão do leilão", Tolmasquim avaliou que a medida teria de ser muito bem analisada, pois a Petrobras poderia recusar empreendimentos vencedores ou questionar a viabilidade dos empreendimentos que terão o combustível. "Não adianta a térmica estar em qualquer lugar, pois o suprimento se dá em pontos específicos... cada ponto tem um preço de gás diferente", explicou o presidente da EPE. "Mais fácil ela (Petrobras) escolher para quem vai fornecer", insistiu. LEILÃO A-3 - Sobre o leilão de energia nova A-3, Tolmasquim reiterou que aguarda decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a respeito do destino das usinas da Bertin que contrataram energia nos leilões passados, a fim de criar "alguma demanda" para 2015, já que as distribuidoras estão sobrecontratadas. "O leilão já foi adiado duas vezes por falta de demanda", destacou o presidente da EPE, acrescentando que o mercado livre encontra-se com sobreoferta de energia. O leilão A-3 tem previsão de ocorrer em 11 de outubro. "Tenho uma quantidade enorme de usinas cadastradas na EPE e não tem nenhum mercado para 2015", afirmou Tolmasquim, ressaltando que caso a demanda não seja concretizada, não haverá leilão de energia para entrega naquele ano. |
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