Geradoras de energia vão entregar estudos com pedido de socorro financeiro ao governo
Associação dos produtores de energia diz que rombo nas contas das empresas ‘em breve ocorrerá’ 20/05/2014 As geradoras de energia entregarão ao governo, depois da Copa do Mundo, dois estudos sobre o tamanho do rombo que a estiagem está causando em seus caixas, junto com propostas para cobrir as perdas. Um empréstimo bilionário com um "sindicato de bancos” com aval do governo, como conseguiram as distribuidoras — que levantaram um socorro de R$ 11,2 bilhões desta maneira —, está descartado já que as empresas geradoras não têm como dar garantias para os financiamentos. No caso das distribuidoras, o pagamento do financiamento está vinculado aos reajustes da tarifa aos consumidores. A estratégia foi revelada por Luiz Fernando Vianna, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine), que encomendou um dos estudos, que será coordenado por um especialista da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Abiape (que representa os auto-produtores de energia) e a Abragel (das pequenas centrais hidrelétricas). — Nós ainda não temos um rombo no caixa, mas em breve ele ocorrerá — afirmou Vianna, quando questionado sobre o montante que as geradoras vão precisar por ter de reduzir a vazão de suas usinas por causa da estiagem. A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), que representa os grandes geradores, é quem está elaborando o outro estudo. Flavio Neiva, presidente da entidade, diz que o levantamento só será concluído depois de 10 de junho, quando haverá a liquidação da energia comercializada em março pelas geradoras. E, já nesse balanço, acredita ele, as perdas das geradoras deverão aparecer. — É um valor significativo, cujo montante só vamos saber depois da liquidação, que deve ocorrer entre 10 e 12 de junho — afirmou Neiva. Vianna, da Apine, confirmou que as geradoras começaram a enfrentar já em março um desequilíbrio entre o volume de energia que têm de entregar aos distribuidores, e o quanto estão conseguindo produzir. Para honrar os contratos, essas empresas estão tendo de recorrer ao mercado a vista de energia, que vende o megawatt a R$ 822. Benefício às distribuidoras O pagamento do crédito está vinculado ao aumento na conta de luz do consumidor a partir de 2015. O empréstimo gerou uma crise dentro da CCEE, com a renúncia de três de seus principais conselheiros, já que essa era primeira vez que o órgão assinava um empréstimo. |
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