Setor elétrico quer MP para o GSF, mas diz que Congresso não precisa aprovar
A edição da MP ainda em 2018 permitiria uma "limpeza" nos balanços das companhias para este período fiscal 29/10/2018 Agência iNFRA - Agentes do setor elétrico disseram nesta segunda-feira (22) à Agência iNFRA que querem que o governo edite uma MP (medida provisória) com regras para o GSF (risco hidrológico), mas que não há a necessidade de aprovação da matéria pelo Congresso. A teoria, bastante heterodoxa, se baseia no seguinte: a edição desta MP ainda em 2018 permitiria uma limpeza nos balanços das companhias neste período fiscal, já que uma medida provisória tem validade legal a partir da sua edição. No início do próximo ano, quando essa MP estaria prestes a caducar, uma solução estrutural seria pensada junto ao novo governo. Executivos estão preocupados com a safra de balanços contábeis das empresas de energia, que podem vir com grandes prejuízos, já que muitas delas terão que provisionar as perdas relativas à liquidação do mercado de curto prazo, cujo déficit está em R$ 9 bilhões atualmente e poderá chegar a R$ 13 bilhões até o fim do ano. Uma outra solução conjuntural poderia ser pensada a partir de 2019, mas a MP evitaria uma safra negativa de balanços, com prejuízos financeiros em grande parte do setor elétrico. Enquanto a MP tivesse validade legal, outras medidas para minimizar o impacto do GSF poderiam ser tomadas por órgãos do governo, como a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Para garantir essa estratégia, os executivos terão que convencer os integrantes do próximo governo a negociar isso com o governo atual, para que a medida seja editada ainda neste ano, no período de transição. Na próxima segunda-feira (29) o país já saberá quem será o presidente da República pelos próximos quatro anos. O governo de Michel Temer não incluiu o GSF em nenhum dos textos que encaminhou ao Congresso: nem na MP (medida provisória) 814, nem no PL (projeto de lei) 10.332 na Câmara, que passou a ser o PLC 77 no Senado. Uma solução para o GSF foi incluída nos dois textos via emendas parlamentares. No entanto, o Legislativo não aprovou nenhum dos dois projetos, que hoje não têm validade. ANEEL: solução regulatória “Soluções agora devem ser construídas na casa da regulação, e estamos construindo as condições para isso”, disse Pepitone à Agência iNFRA. “Já tiveram duas iniciativas que não prosperaram no Congresso, a MP 814 e o PLC 77. Me parece que exauriu a tratativa desse assunto no Legislativo”, afirmou ele. |
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