Safra dos ventos deve suportar a crise hídrica, preveem especialistas
Gargalo na transmissão ainda é motivo de preocupação para players do setor 27/07/2021
As eólicas vêm batendo sucessivos recordes e pela primeira vez na história a fonte abasteceu todo o Nordeste durante um dia todo, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), reforçando a característica do Nordeste de ser um exportador de energia renovável a outras regiões do Brasil. A capacidade instalada hoje no Brasil é de cerca de 19 GW, com perspectivas de chegar a 30 GW em 2024, ajudando o Brasil a superar futuras crises que eventualmente possam acontecer. Com o período operativo mais desafiador, o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, diz que quase todos os dias a geração eólica ultrapassa 11 mil MW instantâneo ou médio. “A safra dos ventos aguenta muito tempo e até o final do ano vamos colhendo esses ventos todos. Ciocchi lembra que a transmissão ainda é o grande limitador do setor “por conta de atrasos em projetos e obras, mas esses atrasos estão previstos para serem eliminados até o final do ano”, prevê. Atualmente as eólicas já abastecem cerca de 11% da demanda de energia no Brasil e para que o Nordeste seja cada vez mais exportador de energia ao resto no Brasil “investimento em infraestrutura de transmissão é mandatório”, diz o executivo. A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum, concorda que a transmissão ainda é um gargalo do setor eólico, mas acrescentou que a demanda também pode ser um fator importante. “A gente sabe que a economia brasileira não está crescendo tanto e embora a gente tenha uma contratação boa, inclusive no Mercado Livre, a gente precisa de um crescimento do PIB para poder contratar”, diz Gannoum. Por Robson Rodrigues |
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