Prazo termina, e 16 das 17 usinas contratadas em leilão de energia de R$ 39 bilhões seguem paradas
Apenas uma cumpriu cronograma e já começou a gerar. Abrace pede rescisão dos contratos e multa se atraso ultrapassar três meses 03/05/2022 G1 - Apenas uma das 17 usinas contratadas pelo governo federal no leilão emergencial de energia, em outubro do ano passado entrou em funcionamento até o último domingo (1º) - data prevista em contrato para início da operação dos empreendimentos. As outras 16 usinas estão com o cronograma atrasado, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) consultados pelo G1 nesta segunda (2). A lista inclui as 14 termelétricas movidas a gás natural que elevaram o preço total da contratação (veja tabela abaixo). A Aneel estima que as usinas contratadas no leilão vão custar R$ 39 bilhões aos consumidores. O valor será pago até 31 de dezembro de 2025, quando os contratos chegam ao fim. Críticas - O leilão realizado em outubro foi convocado às pressas pelo governo federal e adotou regras simplificadas de contratação. O objetivo, na época, era garantir o fornecimento de energia ao país em caso de uma nova crise hídrica. Na época, parte dos especialistas criticou a urgência e o alto custo de contratação. A homologação do resultado do leilão chegou a ser suspensa pela Justiça, mas depois a decisão liminar foi derrubada e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou o resultado. Foram contratadas 17 usinas, sendo: As 14 usinas termelétricas a gás natural foram contratadas por R$ 1.599,57 o megawatt-hora (MWh), em média -- preço sete vezes maior que a média de leilões tradicionais. Para efeitos de comparação, a térmica a biomassa e as usinas solares foram contratadas no mesmo leilão a R$ 343,22 o MWh, em média. Andamento - Das 17 usinas contratadas: - somente a termelétrica Fenix, movida a biomassa, está em operação;
Penalidades - Em ofício enviado à Aneel, a associação que representa os grandes consumidores industriais de energia (Abrace) pede que a Aneel cumpra o segundo prazo previsto - ou seja, rescinda os contratos com as usinas que ultrapassarem o dia 2 de agosto sem entrar em operação. A entidade também pede que as multas previstas nos documentos sejam efetivamente aplicadas. A rescisão do contrato é prevista na portaria que regulamentou o leilão. As empresas, no entanto, costumam recorrer à Aneel para pedir prorrogação dos prazos. A decisão cabe à diretoria colegiada. No ofício, a Abrace pede atuação rigorosa da Aneel no caso. Procurada pelo G1, a Aneel recomendou que a reportagem procurasse os empreendedores para saber os motivos dos atrasos nas obras das usinas. Sobre as penalidades, respondeu que dependem da instauração de processo administrativo específico, garantido contraditório e ampla defesa do interessado. |
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