EDP e Voith fecham acordo para manutenção de quatro usinas
Os trabalhos contemplam as UHEs Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão, no Amapá, e Lajeado e Peixe Angical, no Tocantins 02/12/2022 Valor Econômico - 02.12.2022 | Depois de desistir de vender as usinas hidrelétricas Santo Antônio do Jari (392,95 MW) e Cachoeira Caldeirão (219 MW), no Amapá, a companhia EDP Brasil traçou uma nova estratégia para os ativos e firmou um contrato com a Voith Hydro para manutenção programada das unidades. Os trabalhos incluem também serviços nas usinas de Lajeado (902,5 MW) e Peixe Angical (498,75 MW), ambas no Estado do Tocantins. A EDP tem uma política global de rotação de ativos que facilita a monetização dos parques geradores antes de chegarem ao fim da sua vida útil. Ela buscava balancear o portfólio de geração de energia a fim de reduzir a exposição associada à fonte hídrica ao mesmo tempo que procurava levantar capital para o plano de crescer no segmento de transmissão e energia solar - sua principal aposta na área de geração - em parceria com a empresa irmã EDP Renováveis. Em outubro de 2021, o presidente João da Marques da Cruz tinha confirmado a venda de três hidrelétricas, mas dos ativos que estavam disponíveis ao mercado, a EDP finalizou apenas a venda da usina Mascarenhas (198 MW) para a Victory Hill por R$ 1,225 bilhão. Uma segunda rodada de negociações para alienar Jari e Cachoeira Caldeirão aconteceu com o fundo canadense CDPQ (Caisse de Dépôt et Placement du Québec), mas a tentativa fracassou, pois a empresa não encontrou condições do que classificou como “justas” de venda. Sem conseguir fechar a venda dos ativos, a companhia agora tenta manter a boa qualidade dos empreendimentos em operação, até mesmo porque a empresa não descarta que o processo de alienação possa ser retomado no futuro, caso tenha ofertas mais interessantes. Ao Valor, o diretor de Serviços da Voith para a América Latina, Luis Constantino, explica que as ações estabelecidas no acordo entre as empresas buscam evitar interrupções indesejadas no funcionamento dos equipamentos, ocasionando problemas na distribuição de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os trabalhos serão realizados pelos próximos cinco anos e o valor do contrato não foi informado. Para a Voith, o negócio traz para o portfólio da empresa alemã mais um contrato de manutenção de usinas, que já totalizam 15 hidrelétricas no Brasil. Esse segmento tende a ganhar cada vez mais força, já que boa parte do parque hidrelétrico brasileiro é antigo e as limitações ambientais impedem a construção de novas usinas desse tipo no Brasil. Constantino não disse exatamente quando os trabalhos começam, só afirmou que logo os especialistas estarão presentes nas unidades acompanhando as manutenções programadas e inspeções do empreendimento. “As atividades se iniciam com a mobilização da equipe especializada para garantir o planejamento das atividades e a execução dos serviços em campo”, disse o executivo. “Para as paradas, é fundamental que as equipes estejam orquestradas para o cumprimento das atividades dentro do prazo, visto que a unidade geradora é desligada durante o processo”, afirmou.. O trabalho é de manutenção preditiva e preventiva, que não necessariamente envolve ações de modernização de equipamentos e sistemas específicos. Entretanto, haverá a troca apenas de equipamentos e materiais consumíveis e cuja troca recorrente já estava prevista nos procedimentos de manutenção. Para cada intervenção serão necessárias aproximadamente 30 pessoas. Não se sabe ainda se as usinas passarão também por processos de modernização ou repotenciação. Procurada, a EDP não quis se manifestar sobre o assunto. O trabalho entre as empresas não é de agora, se iniciou há mais de duas décadas com a construção de Lajeado e Peixe Angical. Só em 2022, A Voith fechou cinco contratos de manutenção de longo prazo, com clientes públicos e privados no Brasil. |
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