Aneel convoca reunião para tratar de risco de apagão por excesso de energia solar

Agência quer sistematizar alternativas para elevar segurança do sistema, ameaçado por alta na geração distribuída

Entidades divulgam carta alertando para subsídios em demasia para essa modalidade; setor reage

15.09.2025 – A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) convocou para sexta-feira (19) uma reunião para discutir medidas emergenciais diante do risco de apagão no sistema elétrico brasileiro. O problema está ligado ao avanço acelerado da micro e minigeração distribuída (GD), especialmente a solar fotovoltaica, que já soma mais de 43 GW em operação, fora do planejamento oficial e sem controle do Operador Nacional do Sistema (ONS).

A expansão desordenada da GD tem criado dificuldades para manter a estabilidade do fornecimento. Em agosto, por exemplo, no Dia dos Pais, quase 40% da energia do país foi gerada por painéis solares, o que exigiu operação emergencial para evitar apagão. Para a Aneel, a segurança do sistema está em risco e alternativas precisam ser discutidas com urgência.

O setor empresarial compartilha essa preocupação. Oito entidades enviaram carta ao Congresso alertando sobre os impactos da atual política de subsídios, que já custaram quase R$ 10 bilhões apenas entre janeiro e julho, metade deles pagos por consumidores do mercado cativo. Segundo essas associações, o modelo gera volatilidade de preços, amplia desigualdades e beneficia investidores privados às custas da maioria da população.

As associações signatárias estão representantes de diferentes segmentos empresariais: Abeeólica, de energia eólica, Abiape, dos investidores em autoprodução, Abradee, que reúne distribuidoras, Abrage, do setor de geração, Apine, dos produtores independentes, bem como entidades de consumidores, Anace, Frente Nacional dos Consumidores de Energia e Abrace, que reúne grandes consumidores industriais.

As entidades também denunciam que a sobreoferta em horários de pico força cortes em outras fontes de geração, o chamado curtailment, que causa prejuízos financeiros, instabilidade tarifária e maior uso de termelétricas, encarecendo a energia e elevando as emissões de carbono. O grupo reúne representantes de diversos segmentos, como distribuidoras, grandes consumidores industriais e setores de energia eólica, hidráulica e independente.

Em contraposição, associações ligadas à geração distribuída publicaram carta defendendo o modelo. Argumentam que a GD não é a “vilã” do sistema, mas sim vítima da resistência de setores tradicionais em se adaptar à transição energética. Para essas entidades, o debate deve priorizar descentralização, digitalização e democratização do setor, evitando retrocessos que mantenham privilégios e concentrem recursos em poucos agentes. A carta foi assinada por executivos de quatro entidades: MSL (Movimento Solar Livre), Coalizão das Frentes Estaduais de Geração Distribuída, que representa 16 organismos, Inel (Instituto Nacional de Energia Limpa), ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída) e Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar).

Publicada nos seguintes veículos: Folha de SPJornal de Brasília, O Tempo (MG), Política Livre (BA), O Jornalismo (GO), DC News (SP), Paraíba Online, Portal do Holanda (AM), Negreiros (PB), Palavra PB, Página 1 PB, MegaWhat, Click Petróleo e Gás, Agência Eixos

 

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